Ricardo Araújo - repórter
Há
51 dias, professores e estudantes da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN) vivem num impasse com o Executivo Estadual.
Apesar do discurso do procurador-geral do Estado, Miguel Josino Neto,
enfatizar que o Governo do Estado está aberto ao diálogo com os docentes
grevistas, até agora nenhuma reunião com os representantes da classe e o
titular da Secretaria Estadual de Administração e Recursos Humanos
(Searh), Alber da Nóbrega, foi realizada. Um encontro marcado para ontem
foi desmarcado por incompatibilidade da agenda do secretário Alber da
Nóbrega e, como consequência, mais dias serão acrescidos à paralisação,
até que o Governo se posicione acerca do pleito dos servidores da UERN.
Adriano Abreu
Encontro deveria ocorrer ontem com o secretário Alber da Nóbrega
Em
nota encaminhada à imprensa, o presidente da Associação dos Docentes da
UERN (Aduern), Flaubert Torquato, destacou que a postergação da reunião
é uma demonstração "do descompromisso do Governo do Estado com a UERN e
como a Universidade não é prioridade para a atual administração". Uma
nova data para um encontro com os representantes dos professores que
aderiram ao movimento grevista não foi marcada. Ao longo destes últimos
51 dias, desde que a greve foi deflagrada, docentes e representantes do
Executivo Estadual se reuniram em duas situação.
A primeira delas ocorreu na segunda semana de junho, após o Tribunal de Justiça julgar a paralisação dos professores como legal, apesar da argumentação da Procuradoria Geral do Estado de que o movimento paredista era abusivo e, ainda, pela impossibilidade de atender as reivindicações dos docentes em razão das limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Naquela audiência conciliatória, nenhuma possibilidade de negociação foi apresentada pelos representantes do Estado e a greve continuou. Os docentes, desde então, estão amparados por uma decisão judicial favorável a paralisação.
"Ora, é notório no Brasil que a classe dos professores vem sofrendo com péssimas condições de trabalho e uma remuneração que não condiz com a importância do ensino", alegaram os desembargadores Judite Nunes e Amaury Sobrinho, além do promotor em substituição legal, João Vicente Silva de Vasconcelos Leite, no Agravo Regimental nº 2012.007272-3/0001.00, aberto pelo Estado contra os sindicatos representantes dos professores da UERN.
Numa outra oportunidade de discussão da greve, numa audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa quinta-feira passada, o Governo se posicionou favorável ao diálogo e marcou a reunião para ontem. O encontro, entretanto, não ocorreu. "Até hoje, todas as vezes em que conversamos com o Governo foi sob a intermediação de alguma entidade. Não nos reunimos somente com o Governo. Até que o Executivo Estadual se manifeste, iremos permanecer parados. Entretanto, nós estamos aberto ao diálogo", enfatizou o diretor cultural da Aduern, João Freire.
O procurador-geral do Estado, Miguel Josino Neto, afirmou que passou o final de semana passado analisando a decisão do Tribunal de Justiça para definir qual medida o Governo irá adotar sobre este assunto. "A determinação da governadora é para que encontremos uma solução. Se houver subsídio para que o Governo consiga fazer o pagamento da primeira parcela, irá fazer. O TJ precisa nos fornecer elementos e subsídios para que a gente faça a implementação do aumento sem ferir o limite prudencial", afirmou Josino.
O titular da Searh, Alber da Nóbrega, foi procurado pela reportagem para comentar quando uma reunião com os docentes da UERN será marcada, além da proposta do Governo do Estado a ser apresentada. O secretário, entretanto, não atendeu ou respondeu as tentativas de contato telefônico feitas em seu gabinete no Centro Administrativo e em seu celular funcional.
Acordo com professores prevê aumento de 27%
Após mais de cem dias de greve em 2011, representantes dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e do Executivo Estadual firmaram um acordo que concedia aumento de 27% à categoria. O percentual, conforme acordo firmado com a Procuradoria Geral do Estado, seria dividido de forma escalonada em três anos.
A primeira parcela, correspondente a 10,65% deveria ter sido paga em abril passado, sendo este o motivo principal do movimento grevista ora em curso. Para 2013, conforme o entendimento do ano passado, serão mais 7,43% e o restante, outros 7,43%, previstos para 2014.
Conforme cálculos do Governo do Estado realizados à época do acordo, seriam consumidos cerca de R$ 34 milhões ao longo dos três anos para a implementação do aumento.
Prejuízo
O reitor da UERN, Milton Marques, analisou que o tempo dilatado da greve atrasará a formatura de inúmeros alunos que estão, teoricamente, cursando o último período dos seus cursos. Para o reitor, existem duas plataformas que precisam ser analisadas neste caso. "Do ponto de vista pedagógico, não existem perdas. Seria a parte administrativa da Universidade. O lado negativo é o atraso na formatura dos alunos", comentou. Marques não confirmou, entretanto, se o primeiro semestre de 2012 será declarado como nulo. Ressaltou, porém, que não existirão perdas de conteúdo e os semestres serão finalizados, ao final da greve, com todos os dias úteis impostos pelo Ministério da Educação.
A primeira delas ocorreu na segunda semana de junho, após o Tribunal de Justiça julgar a paralisação dos professores como legal, apesar da argumentação da Procuradoria Geral do Estado de que o movimento paredista era abusivo e, ainda, pela impossibilidade de atender as reivindicações dos docentes em razão das limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Naquela audiência conciliatória, nenhuma possibilidade de negociação foi apresentada pelos representantes do Estado e a greve continuou. Os docentes, desde então, estão amparados por uma decisão judicial favorável a paralisação.
"Ora, é notório no Brasil que a classe dos professores vem sofrendo com péssimas condições de trabalho e uma remuneração que não condiz com a importância do ensino", alegaram os desembargadores Judite Nunes e Amaury Sobrinho, além do promotor em substituição legal, João Vicente Silva de Vasconcelos Leite, no Agravo Regimental nº 2012.007272-3/0001.00, aberto pelo Estado contra os sindicatos representantes dos professores da UERN.
Numa outra oportunidade de discussão da greve, numa audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa quinta-feira passada, o Governo se posicionou favorável ao diálogo e marcou a reunião para ontem. O encontro, entretanto, não ocorreu. "Até hoje, todas as vezes em que conversamos com o Governo foi sob a intermediação de alguma entidade. Não nos reunimos somente com o Governo. Até que o Executivo Estadual se manifeste, iremos permanecer parados. Entretanto, nós estamos aberto ao diálogo", enfatizou o diretor cultural da Aduern, João Freire.
O procurador-geral do Estado, Miguel Josino Neto, afirmou que passou o final de semana passado analisando a decisão do Tribunal de Justiça para definir qual medida o Governo irá adotar sobre este assunto. "A determinação da governadora é para que encontremos uma solução. Se houver subsídio para que o Governo consiga fazer o pagamento da primeira parcela, irá fazer. O TJ precisa nos fornecer elementos e subsídios para que a gente faça a implementação do aumento sem ferir o limite prudencial", afirmou Josino.
O titular da Searh, Alber da Nóbrega, foi procurado pela reportagem para comentar quando uma reunião com os docentes da UERN será marcada, além da proposta do Governo do Estado a ser apresentada. O secretário, entretanto, não atendeu ou respondeu as tentativas de contato telefônico feitas em seu gabinete no Centro Administrativo e em seu celular funcional.
Acordo com professores prevê aumento de 27%
Após mais de cem dias de greve em 2011, representantes dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e do Executivo Estadual firmaram um acordo que concedia aumento de 27% à categoria. O percentual, conforme acordo firmado com a Procuradoria Geral do Estado, seria dividido de forma escalonada em três anos.
A primeira parcela, correspondente a 10,65% deveria ter sido paga em abril passado, sendo este o motivo principal do movimento grevista ora em curso. Para 2013, conforme o entendimento do ano passado, serão mais 7,43% e o restante, outros 7,43%, previstos para 2014.
Conforme cálculos do Governo do Estado realizados à época do acordo, seriam consumidos cerca de R$ 34 milhões ao longo dos três anos para a implementação do aumento.
Prejuízo
O reitor da UERN, Milton Marques, analisou que o tempo dilatado da greve atrasará a formatura de inúmeros alunos que estão, teoricamente, cursando o último período dos seus cursos. Para o reitor, existem duas plataformas que precisam ser analisadas neste caso. "Do ponto de vista pedagógico, não existem perdas. Seria a parte administrativa da Universidade. O lado negativo é o atraso na formatura dos alunos", comentou. Marques não confirmou, entretanto, se o primeiro semestre de 2012 será declarado como nulo. Ressaltou, porém, que não existirão perdas de conteúdo e os semestres serão finalizados, ao final da greve, com todos os dias úteis impostos pelo Ministério da Educação.
Fonte;tribunadonorte.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário