domingo, 31 de julho de 2011

Festa de Sant'Ana de Caicó receberá título de patrimônio cultural imaterial


Yuno Silva e Sidney Silva - repórteres

A secular Festa de Sant'Ana de Caicó, celebrada há 263 anos na capital do Seridó potiguar, ganha motivo extra para se orgulhar: durante a programação de encerramento hoje, o evento receberá o importante título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, reconhecimento concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A solenidade de entrega da condecoração terá a presença do bispo Diocese de Caicó, Dom Manuel Delson Pedreira da Cruz, e do prefeito Bibi Costa, que irão receber o título das mãos de representantes do Iphan. Essa é a terceira manifestação religiosa a integrar a seleta lista do Livro das Celebrações.

foto:marcelo barrosoA celebração da Festa de Nossa Senhora Sant'Ana, em Caicó, é uma das tradições católicas mais importantes do Rio Grande do NorteA celebração da Festa de Nossa Senhora Sant'Ana, em Caicó, é uma das tradições católicas mais importantes do Rio Grande do Norte
"Esse registro no Livro das Celebrações é equivalente a um tombamento de edificações históricas", explicou Hélio de Oliveira, restaurador do setor de museu da Fundação José Augusto. "Vale salientar que esse título não é permanente, o Iphan estará avaliando periodicamente a Festa para saber se ela continuará sendo realizada dentro dos critérios avaliados. Por isso, é fundamental manter a tradição dos festejos", avalia. Segundo Oliveira, o processo para conferir o título de Patrimônio Imaterial é demorado, e requer uma série de estudos que vão desde a verificação de sua realização continuada até carga de tradições que carrega.

Desde 2007 que o Iphan realiza o levantamento das referências culturais da Festa de Sant'Ana. "Esse reconhecimento será muito importante para incrementar o turismo, pois confere visibilidade nacional e chancela a origem tradicional do evento. Acredito ser uma honra para a Festa receber esse título", aposta Hélio. Um efeito prático imediato, previsto Iphan, é a maior capacidade para elaborar projetos que visem a preservação da festa.

Entre as diretrizes estabelecidas durante o processo de registro, destaca-se a necessidade de implantação de ações que incentivem e garantam a transmissão dos saberes populares como a preparação do chouriço e o ofício do bordado; a adoção de um Programa de Educação Patrimonial em escolas da rede pública para difundir o conhecimento e potencializar a preservação do patrimônio cultural; e, por fim, a criação de um Memorial de Sant'Ana mais a elaboração de um roteiro histórico voltados para a divulgação dos principais monumentos da região. "É uma grande satisfação para a Igreja, e há todo um sentimento simbólico que nos enche de orgulho", garante o bispo Dom Manuel Delson.

Além da Festa de Sant'Ana de Caicó, apenas outras duas manifestações populares religiosas, são registradas no Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil: o Círio de Nazaré, em Belém (PA), procissão realizada a partir de 1792; e a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis (GO), celebrada desde 1819 - o evento religioso da capital paraense foi pioneiro, está inscrito desde 2004 no Livro das Celebrações, enquanto a festa do município goiano entrou na lista em abril de 2010.

Entrega do título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, será às 16h30, na Catedral de Sant'Ana.

Festa movimenta economia da cidade

Os dirigentes da Casa do Empresário, instituição que reúne as entidades de classe do comercio de Caicó, confirmam que a Festa de Sant'Ana movimenta financeiramente a cidade de modo a aquecer as vendas nas lojas. As lojas de venda de roupas, calçados, os restaurantes, hotéis e pousadas são beneficiadas.

O presidente da Câmara de Dirigente Lojista (CDL), Suerdiek Torres, disse que a injeção financeira no comercio local é visível. "As pessoas que vêm para cá, de alguma forma se preparam seja no vestuário ou calçados, alimentação, deixando recursos. Economicamente isso impulsiona os negócios", disse. O comércio é o setor que mais se destaca neste período. Suerdiek Torres afirma que são poucos os que não conseguem de alguma forma tirar vantagem do momento. "Os ramos de alimentação, moda, hospedagem, e tudo o que diz respeito a beleza, sejam os salões, ou perfumarias, sempre atingem suas metas. É interessante que tem pessoas que esperam a festa de Sant'Ana para colher um fruto do trabalho de um ano inteiro", disse.

Ele confirma que após a festa, a Casa do Empresário vai realizar pesquisa para identificar quais os setores conseguiram se sair melhor com a vinda dos visitantes, e com os consumidores locais, até pra saber se neste ano houve melhora no desempenho de cada um, se foi igual ou pior.A pesquisa vai fazer um diagnóstico completo, mas Suerdiek Torres já admite um certo receio com relação à pouca movimentação deste ano. "Eu particularmente acho que a festa ainda não é o que a gente esperava. Muitos afirmam que a festa só começou pra valer depois de quarta-feira, 27 de julho. Em anos anteriores nós tínhamos 10 dias de eventos sociais intensos e isso mudou. Temos que destacar que quanto mais dias de festa tivermos, mais a economia local é impulsionada, como isso não ocorre mais, ou seja, os eventos nos clubes ou na Ilha só são realizados nos últimos 5 dias, a economia está sentindo", diz. A expectativa é que o número de visitantes ultrapasse as 100 mil pessoas. "Sem medo de errar eu digo que mais de 100 mil pessoas circulam em nossa cidade neste período", informa.

"É uma festa que ultrapassa os limites do nosso Estado"

Hoje, após o encerramento dos festejos da padroeira da Diocese de Caicó, Sant'Ana, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, vai entregar ao Bispo Dom Delson Pedreira da Cruz, e ao pároco Padre Edson Medeiros, o titulo de patrimônio imaterial do Brasil da festa local.Nós conversamos com o pastor da Igreja no Seridó, sobre o assunto:

Qual a importância deste título para a cidade?

O IPHAN tem autoridade para fazer este reconhecimento. Isto é muito importante, pois a Festa de Sant'Ana tema sua grandeza, suas características, realmente para nós é um reconhecimento muito importante.

Com isso, qual a responsabilidade da Igreja católica do Estado?

Nós temos que preservar este evento tal qual como ele começou, com suas características e seu jeito de ser. A Igreja tem que fazer aquilo que sempre fez que é dar um sentido religioso na vivencia das novenas, das caminhadas, da abertura, do encerramento, das procissões. Tudo isso já está cristalizado como uma característica própria do evento, e nós temos que trabalhar para isso. Além disso, temos que manter a parceria com o Poder Executivo, para que faça sua parte no sentido de acolher os visitantes e os devotos de Sant'Ana. Nós temos que cuidar de tudo isso, cuidar deste Patrimônio, que é a Festa de Sant'Ana.

Qual a importância da festa para a Igreja Católica do Estado?

Para a Diocese de Caicó, Sant'Ana é a nossa patrona. Nós estamos dentro de uma província eclesiástica, então juntamente com as outras festas tem a sua importância porque movimenta muita gente que vem de Natal e Mossoró. Realmente o caicoense tem uma devoção muito grande. É uma festa realmente que ultrapassa os limites da nossa região e também do nosso Estado.

Quais as características que a distingue das outras festas religiosas?

Eu sei que o Seridó, tem sua marca própria da devoção, do envolvimento das pessoas, do nível de participação, da alegria contagiante do seridoense durante a festa de Sant'Ana, tudo isso é muito bonito. Eu vejo algo parecido em Mossoró, na festa de Santa Luzia. Em Natal eu não posso dizer por que não participei dos festejos da padroeira de lá, mas eu creio que existe uma religiosidade muito grande em todo o Estado, mas o Seridó tem as suas características próprias que todos conhecem.

Porque Sant'Ana sempre foi tão venerada pelos devotos do Seridó e de todas as partes do país?

A devoção à Sant'Ana é tradicional. Como o Brasil foi colonizado pelos irmãos portugueses, eles trouxeram também esta dimensão religiosa, então desde este período que existe esta devoção. Sant'Ana fala da família como educadora de Nossa Senhora, todos os aspectos bíblicos da avó de Jesus. Então esta compreensão da importância da família e da formação do cristão como pessoa é que faz com que Sant'Ana ocupe um lugar privilegiado. Na nossa cultura, no passado a mulher já ocupava um espaço muito importante. A mulher como educadora, isso realmente marcou, e criou uma identificação com a senhora Sant'Ana.

Sant'Ana e o 'Caicocentrismo'

Roberto Fontes*

Hoje, quando a imagem da Senhora Sant'Ana completar o percurso de pouco mais de três quilômetros pelas ruas e avenidas do centro de Caicó, carregada nos ombros de fieis devotos e peregrinos, completa-se 263 anos de uma tradição iniciada em 26 de julho de 1748. Naquela data, o padre Francisco Alves Maia ergueu um cruzeiro onde hoje está construída a Catedral de Sant'Ana e inaugurou o culto à mãe de Maria e avó de Jesus, prática que se irradiou por toda a região do Seridó.

De uma festa interiorana, circunscrita a algumas cidades seridoenses, a Festa de Sant'Ana tomou dimensões épicas ao longo destes dois séculos e meio de existência, principalmente pela pujança da celebração que é feita em Caicó. Não há, aqui, qualquer menosprezo às festas realizadas em Currais Novos, Santana do Matos, Santana do Seridó, Campo Grande (no Oeste) e até mesmo em Natal. Mas o fato é que a Festa de Sant'Ana de Caicó saiu do gueto e tomou dimensão nacional.

Tanto que o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - vai entregar hoje às mãos do Bispo Diocesano D. Manoel Pedreira o certificado de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil à Festa de Sant'Ana de Caicó. O reconhecimento foi feito desde o ano passado, mas hoje será oficializado na presença dos milhares de devotos e peregrinos que, repetindo um gesto de fé e devoção iniciado há 263 anos, estão em Caicó para a Procissão de Encerramento.

É a terceira festa religiosa brasileira a ter a chancela do IPHAN como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Significa simbolicamente que, de hoje em diante, a Festa de Sant'Ana de Caicó terá a mesma importância cultural para o Brasil que o Círio de Nazaré em Belém do Pará tem, desde 2004, e a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, Goiás, desde 2010, e outras 19 manifestações culturais das mais diversas regiões. Mas por que a Festa de Sant'Ana de Caicó alcançou este status?

Com a palavra o IPHAN: "É uma celebração tradicional que ocorre há mais de 260 anos e reúne diversos rituais religiosos, profanos e outras manifestações culturais da região do Seridó norte-rio-grandense. Além de uma celebração representativa para este município (Caicó), ela permite também vislumbrar a diversidade das manifestações culturais e possibilita a compreensão abrangente do Seridó potiguar". Tem algo mais: Sant'Ana é considerada pelos devotos um elo entre Deus e a salvação.

Como bem disse o procurador federal aposentado e ex-prefeito de Caicó Francisco de Assis Medeiros, o povo aproveita a Festa de Sant'Ana para viver tradições, praticar a fé e mostrar a sua devoção, amor e emoção à padroeira. "Na Festa de Sant'Ana de Caicó, a tradição secular mistura-se aos costumes mais modernos. Velhos e jovens, abraçados à mesma bandeira religiosa, celebram o vigor da cultura seridoense, sempre renovada através dos séculos". Definitivamente, é isso mesmo.

E aquele 'Caicocentrismo' do título? A internet abriga um sítio extremamente bem humorado chamado Desciclopédia, uma espécie de Wikipédia do B. Lá, um dos verbetes mais interessantes e engraçados é justamente o 'Caicocentrismo', que tenta explicar com humor o propalado bairrismo do caicoense. Mas, afinal, o que é o 'Caicocentrismo'? É a teoria, segundo a qual, Caicó é o centro do universo. Agora, depois que a Festa de Sant'Ana é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, alguém duvida?

* Jornalista, devoto de Sant'Ana, editor do www.bardeferreirinha.blogspot.com

Fonte:tribunadonorte.com.br

sábado, 30 de julho de 2011

A ausência sentida do Mestre



Yuno Silva repórter

O que Cascudo representa para você? "Uma referência em muitos assuntos, muita coisa, tipo assim... cultura popular, sobre a história da cidade. Ele registrou muita coisa, documentou muita coisa. Foi muito influente, conheceu muita gente, um homem viajado", resumiu rapidamente uma estudante universitária de 23 anos anônima na multidão. Prefere não se identificar por vergonha de admitir que nunca leu Luís da Câmara Cascudo (1898-1986). "Deveria ter lido", lamenta. "Ainda dá tempo", considera. Não leu, mas estudou: "Li textos isolados no ensino médio para fazer trabalhos de escola sobre folclore, e só! O resto é de ouvir falar".

Foto:rodrigo sena
O vendedor de coco Jonas Viana Peres, 49, que há 15 anos trabalha em frente à casa de Câmara Cascudo entrou pela segunda vez no lugar e ficou surpreso
O vendedor de coco Jonas Viana Peres, 49, que há 15 anos trabalha em frente à casa de Câmara Cascudo entrou pela segunda vez no lugar e ficou surpreso

E a universitária não está sozinha: as estudantes do ensino médio Rayssa Martineli Teixeira de Lima, 17, e Elaine Fernanda da Silva Miranda, 18, também só ouviram falar. Também não souberam responder onde viveu o escritor, professor, historiador e principal pesquisador da cultura popular brasileira - mesmo com a abrodagem deste repórter em frente ao número 377 da Av. Câmara Cascudo (antiga Junqueira Ayres), na subida da Ribeira para a Cidade Alta, casa onde Cascudo nasceu e morou e que atualmente abriga o Instituto Câmara Cascudo - Ludovicus.

Hoje, 30 de julho de 2011, completam exatos 25 anos da morte de Câmara Cascudo, um quarto de século desde o encantamento de um dos maiores folcloristas do Brasil, quiçá do mundo. "Provinciano incurável", autor de 74 livros - metade deles dedicado à cultura popular (tradições, folclore, costumes, gastronomia) - e quase 100 plaquetes, seu nome está no panteão dos intelectuais mais influentes do país: "Quando idealizei o Almanaque Brasil (www.almanaquebrasil.com.br), há 13 anos, fui beber na fonte de Câmara Cascudo. Não há outro pesquisador que tenha se dedicado tanto à nossa cultura quanto ele", declarou o jornalista Elifas Andreato, 65. Paranaense radicado em São Paulo, Andreato adiantou que pretende publicar um editorial na próxima edição impressa da revista em homenagem ao patrono.

Vale registrar que a data só será oficialmente lembrada na sessão do Senado federal no próximo dia 3 de agosto, pelo Senador Paulo Davim - o Museu que leva seu nome está fechado para reforma e seus servidores estão em greve. Também não há programação agendada na biblioteca Estadual Câmara Cascudo, nem no próprio Instituto Ludovicus. "Vamos começar a embalar os livros para o início da reforma da biblioteca, então não temos como abrigar um evento. Mas teremos uma rápida exposição durante o mês de agosto alusiva à Cascudo", adiantou Márcio Rodrigues, diretor da biblioteca.

A pesquisa é o suporte para as futuras gerações

Para Humberto Hermenegildo, professor de literatura do Departamento de Letras da UFRN e pesquisador do Núcleo de Estudos Câmara Cascudo, "não adianta tentar impor a obra dele", comentou. "Nosso trabalho no Núcleo de Estudo Câmara Cascudo tem a preocupação de preservar a partir da pesquisa, são os estudos que podem favorecer a disseminação de sua obra", acredita Hermenegildo.

"Apesar do nome, não estudamos apenas Cascudo no Núcleo, e a cultura do RN como um todo e sob vários aspectos (histórico, social, antropológico). O foco principal de minha investigação, por exemplo, é o Modernismo, movimento no qual Câmara Cascudo também está inserido. São visões parciais de sua personalidade multifacetada", explica. Autor dos livros "Asas de Sófia - ensaios cascudianos" (1998) e "Leituras sobre Câmara Cascudo" (2006), Humberto prefere não vitimar Cascudo: "Sua obra é bastante conhecida no Brasil, e neste momento temos é que incentivar novos pesquisadores e evidenciar esses estudos", sintetiza o professor.

Legado

Compartilhando o mesmo preceito, de que só pesquisas podem dimensionar o legado cascudiano, Durval Muniz, professor titular do departamento de História da UFRN, verifica muitos guardiões da obra de Cascudo em Natal, mas poucos vêem com bons olhos quando alguém se aproxima para uma abordagem mais analítica: "Há uma visão equivocada de acreditar que uma abordagem crítica irá macular a imagem de Câmara Cascudo. Ele era um apaixonado pela busca das origens, e estudos servem para tentar entendê-lo na íntegra. Fatos precisam ser explicados dentro de um condicionamento histórico", diz o professor.

Na opinião de Muniz, "não adianta manter a obra em prateleiras, isso não significa preservar. O trabalho de Cascudo é fundamental para compreender a própria ideia que temos do Brasil, sintetiza a cultura brasileira através de crônicas cotidianas". Há nove anos pesquisando cascudo e há quatro trabalhando em um livro sobre "A construção da ideia de cultura nordestina", o historiador ainda planeja lançar uma biografia intelectual sobre Cascudo.

Acervo

"Cascudo ainda é pouco lido dentro da Universidade, as bibliotecas Central Zila Mamede da UFRN e a Estadual Câmara Cascudo não tem seu acervo completo - nesta última, o pouco que tem está mal conservado. Ou seja, enquanto seus pensamentos, seus livros e sua vida estiverem nas prateleiras, não há como exigir muita coisa. É preciso compartilhar de maneira ampla e irrestrita, sem receio, para seu legado ser, no melhor sentido da palavra, vulgarizado", sentencia.

O tema não é novo, pois foi discussão durante o Festival Literário da Praia de Pipa, em novembro de 2010. O debate, protagonizado por Durval Muniz, Moacy Cirne e a professora Vânia Gicco, chegou a algumas contatações que merecem lembrança: "As pessoas elogiam, celebram a importância de Cascudo, mas poucos leem e estudam o seu legado. Um escritor precisa influenciar outros, ter discípulos, para que sua obra seja valorizada", afirmou Cirne.

Fonte:tribunadonorte.com.br

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ateus fazem campanha para mostrar que são vítimas de preconceito

“Somos a encarnação do mal para grande parte da sociedade”, diz presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA)


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Ateus fazem campanha para mostrar que são vítimas de preconceito “Somos a encarnação do mal para grande parte da sociedade”, diz presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA)
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Ateus fazem campanha para mostrar que são vítimas de preconceito “Somos a encarnação do mal para grande parte da sociedade”, diz presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA)
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A campanha era para ser veiculada na parte traseira dos ônibus, mas empresas de São Paulo, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre se recusaram a fazê-lo. A saída foi utilizar outdoors. Pelo menos em Porto Alegre, que desde o começo do mês é a primeira cidade brasileira a exibir uma campanha que defende que ateus são vítimas de preconceito.

Foto: Divulgação

Uma das peças da campanha que acontece em Porto Alegre

Afinal, o que há de tão problemático com os anúncios? De acordo com Daniel Sottomaior, presidente da organização responsável pela campanha, o que incomoda é o conteúdo. Ele diz que as mensagens foram feitas com o objetivo de conscientizar a população de que o ateísmo pode conviver com outras religiões e não deve ser encarado como uma deficiência moral. “Todos os grupos que sofrem algum tipo de preconceito procuram fazer campanhas educativas para tentar minimizar o problema. Foi o que fizemos”, afirma.

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Diante das mensagens veiculadas nos outdoors, as reações foram variadas. “Foram interpretadas como provocação por alguns grupos religiosos. Além disso, muitos acharam de mau gosto ou preconceituoso. Acho que isso foi coisa de quem não entendeu ou não quis entender”, diz. Daniel diz que seu objetivo é mostrar que ser ateu é difícil. “As pessoas ficam chocadas quando você revela que não acredita em um deus. Muitos chegam a perder emprego e, principalmente, amigos”.

Punição
Para o sociólogo americano e estudioso das religiões Phil Zuckerman o ateísmo ainda é fonte de muito preconceito. Segundo ele, ateus sofrem até mesmo perseguições. “Mesmo atualmente, em algumas nações, ser ateu é passível de punição com pena de morte. Nos Estados Unidos existe um forte estigma em ser ateu, principalmente no sul, onde a religiosidade é mais forte”, conta.

No Brasil, um país laico, a intolerância pode aparecer nas situações mais improváveis. A professora da Universidade Federal de Minas Gerais Vera Lucia Menezes de Oliveira e Paiva perdeu um filho de dois anos, atropelado. Diante do sofrimento da família no velório da criança, Vera escutou uma frase que a deixou bastante magoada. “Uma amiga me disse: ‘Quem sabe isso não aconteceu para você aprender a ter fé?’. Isso apenas reforçou minha convicção de que eu não queria acreditar em nenhum deus que pudesse levar o meu filho inocente”, revela.

fonte:ig.com.br

Tal pai, tal filho...

Após show com Adriana Calcanhotto, em fevereiro, Davi Morais volta a Natal para duo com Moraes Moreira



Repertório desta noite, no Teatro Riachuelo, traz os sucessos dos Novos Baianos Foto:Felipe Oliveira/Divulgação
Os Novos Baianos continuam em alta. Moraes Moreira e seu filho Davi Moraes comprovarão a tese em show hoje no palco do Teatro Riachuelo, às 21h. Davi mostra sua competência musical na abertura do show com o cavaco. Moraes fica no violão. A apresentação é tomada pela maior parte do repertório dos Novos Baianos. Depois de largar o cavaquinho e pegar a guitarra, seu instrumento principal, Davi toca os acordes dos trios elétricos, homenageando o Carnaval. A abertura do show fica por conta do cantor e compositor pernambucano André Rios.

Após sessão carnavalesca, os hits Acabou chorare, Cólegio de aplicação, A menina dança e Mistério do planeta. E o show segue com Preta pretinha, Samba da minha terra, Eu também quero beijar, Lá vem o brasil descendo a ladeira, Cidadão, e Pombo correio em ritmo de folia. No bloco final entram Festa do interior, Chame gente e Vassourinha elétrica, já no bis. A animação dura até o momento final, em que Moraes Moreira pede ao público para cantar"Isso aqui ôô...", e se despede com otimismo e brasilidade.

Fonte:diariodenatal.com.br

quinta-feira, 28 de julho de 2011

RECORDAÇÕES DO PASSADO

poeta santanense Manoel Américo de Carvalho Pita (Nené de Serra do Gado)


RECORDAÇÕES DO PASSADO

Eu sinto recordação

Fazenda Serra do Gado

Ainda estou dando as provas

Que permaneço ao seu lado

Inspirei-me nesse tema

E te escrevi um poema

Recordação do passado.


Resistente casarão

Onde nasci e me criei

Ouvindo os santos conselhos

Dum velho que tanto amei

Hoje doente e cansado

Seu Tonho de Serra do gado

Teu nome sempre honrarei.


Criado com feijão verde

Batata doce e cuscuz

Que minha mamãe fazia

Meu sentimento traduz

Sua beleza inda é tanta

Que só parece uma santa

Rezando aos pés de jesus.


Quando eu adoecia

A minha mamãe com cautela

Fazia um chá de erva-doce

De pepaconha ou canela

Cantava até que eu dormia

E debaixo do sono ouvia

Papai chamando por ela.


Lembro de Orlando caçando

Mocós e maracajás

Com seu cachorro Tupi,

Correndo atrás dos preás

Tirando o leite das vacas

E concertando as estacas

Das cercas ruins dos currais.


Criado junto a Maninho

Dos sete anos pros dez

Atirando nas rolinhas

Armando pedra e mondés

De baladeira na mão

E a terra quente no chão

Queimando a sola dos pés.


Recordando minha infância

Que travessuras eu fazia

Entrava em roçado alheio

No pino do meio dia

Depois que matava a fomo

Saia e deixava o nome

Na casca da melancia.


Lembro de tio Odilon

Que com caráter e critério

Me dava tantos conselhos

Com seu semblante tão sério

Hoje dele recordando

Faço uma prece chorando

Na cova do cemitério.


Eu sinto recordação

Do tempo da mocidade

De tia Lala e tio Josa

Um velho de autoridade

Já tantos anos depois

Quando recordo dos dois

Resta somente a saudade.


Com Otávio, Olavo e Osmar

Quanto prazer eu sentia

Quando assistia as novenas

Que tia Sinhá fazia

Com o bolso cheio de pipoca

Correndo atrás das tabocas

Do foguetão que caia.


Quando relembro a infância

Quanta saudade me vem

Lembrando primos e amigos

A quem eu quis tanto bem

Hoje lembrando a distância

Que nos separa da infância

Sentem saudades também.


Autor: Manoel Américo de Carvalho Pita

COMO OS PROFESSORES ESTÃO SE SENTINDO APÓS A GREVE?

Presidente do BNDES garante a governadora empréstimo para OAS e assegura Copa em Natal

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, telefonou na noite de hoje para a governadora Rosalba Ciarlini. Ele informou que as pendências com a construtora OAS, vencedora da licitação para a construção do estádio Arena das Dunas, estavam superadas e o empréstimo de R$ 300 milhões para a obra será liberado no prazo máximo de 15 dias.

No início da semana a chefe do Executivo potiguar esteve em Brasília e se reuniu com diretores do BNDES. Em pauta: os entraves para liberação do empréstimo à OAS. Rosalba Ciarlini tentou sensibilizá-los para necessidade de agilizar os repasses para construtora.

Com o telefonema de Luciano Coutinho hoje a noite está atendido o pleito feito pela governadora do Rio Grande do Norte.

Fonte:tribunadonorte.com.br

Walter Alves visita cidades do RN durante recesso parlamentar



O deputado estadual, Walter Alves (PMDB) aproveita o recesso parlamentar para ficar ainda mais próximo a população, nesta terça-feira (26) participou na cidade de Santana do Matos da procissão de Sant'Ana padroeira da cidade. Walter esteve acompanhado de lideranças locais como o médico Edvaldo e Catarina. A noite ainda prestigiou a festa de emancipação política da cidade de Poço Branco, ao lado de população e do ex-prefeito da cidade, João de Góis e Waldemar de Góis.


Para o fim de semana o deputado Walter visita vários municípios do RN para encontros partidários. Sábado (30) é a vez de Caraúbas, e no domingo (31), Assú, ambos ao lado do ministro Garibaldi Alves e do deputado federal Henrique Eduardo.

Fonte:noticiasdorn.com.br

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Arqueólogos dizem ter descoberto o túmulo do apóstolo Filipe

Da redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

Uma equipe de arqueólogos dirigida pelo italiano Francesco d′Andria afirmou ter encontrado na cidade turca de Pamukkale, antiga Hierápolis (oeste), o túmulo de São Filipe, um dos doze apóstolos de Jesus, informou nesta quarta-feira a agência Anatólia.

"Tentamos encontrar há anos o túmulo de São Filipe. Finalmente a encontramos entre os escombros de uma igreja que escavamos há cerca de um mês", explicou o arqueólogo, acrescentando que a tumba ainda não foi aberta.

"Um dia será aberta, sem dúvida. Esta descoberta é de grande importância para a arqueologia e o mundo cristão", afirmou ainda.

Originário da Galileia, atual Israel, Filipe foi um dos discípulos de Cristo. Teria viajado para evangelizar as regiões da Ásia Menor, teria sido lapidado e depois crucificado pelos romanos em Hierápolis, na Frígia.

A atual Pamukkale é um local turístico conhecido por suas águas termais, suas rochas sedimentares e sua pedra calcárea branca, de onde vem o nome da cidade, que significa em turco "castelo de algodão".

TRE-RN nega cassação do mandato da governadora Rosalba Ciarlini




O pleno do Tribunal Regional Eleitoral do RN (TRE-RN) rejeitou, por sete votos a zero, em julgamento ocorrido nesta terça-feira (26), o pedido de cassação do mandato da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), impetrado pela coligação do ex-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB).

A “Vitória do Povo” acusava Rosalba Ciarlini de abuso de poder político, econômico, uso ilegal de meios de comunicação social e uso irregular da verba de gabinete da então senadora em favor de sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte em 2010.

procissão 2011


A procissão de Nossa Senhora Sant'Ana, padroeira de nosso município, sempre surpreende pelo número de participantes. Todos os anos vemos pessoas deixarem a cidade após a vaquejada e imaginamos que poucos ficariam para a procissão, mas sempre vemos uma multidão acompanhando a imagem da padroeira. Já com relação ao andor da santa, já percebemos que a cada ano ele reaparece mais bonito e que vale a pena contribuir para a compra das rosas.
andor de Nossa senhora Sant'Ana, a cada ano mais bonito
o andor se destaca entre os fiéis
é impressionante o número de pessoas que ficam até o encerramento da festa
a praça do cinquentenário fica lotada, mas sempre cabe mais um
muita gente acompanha a missa atentamente e pede proteção a Senhora Sant'Ana
a igreja é visitada por milhares de pessoas e considerada uma das mais bonitas do Estado
em meio aos fiéis, muitos se vestem com os trajes típicos da santa, como pagamento de promessa
do mirante pode se ter uma ideia das proporções do evento
como todos os anos, a igreja tem a sua pintura reformada para a festaa parte interna da igreja também foi reformada, e a beleza do altar e do teto são atrações para os visitantes, que sempre querem levar fotos como lembrança

domingo, 24 de julho de 2011

POLÍCIA AMBIENTAL E RODOVIÁRIA FEDERAL PREJUDICAM VAQUEJADA DE SANTANA

centro da cidade no domingo de vaquejada: muita gente no centro, mas desanimados e reclamando pela falta de som, que foi controlado pela polícia
no mesmo domingo, só tinha animação quando alguns descumpriam a lei e aumentavam o volume enquanto a polícia não via
A polícia , que organizou o trânsito nos outros anos, esse ano deixou tudo desorganizado
enquanto a polícia prendia veículos atrazados, deixaram de organizar o trânsito e permitiram que três pessoas andassem na mesma moto
Esse ano, a presença da polícia inibindo a utilização dos paredões fez do centro da cidade um velório, prejudicando os jovens que esperavam animação e os comerciantes locais
os paredões no ano passado foram uma das atrações da vaquejada
milhares de jovens lotaram o centro da cidade para curtir o som dos paredões
no ano passado, moto-taxistas irregulares se infiltraram entre os outros, prejudicando o rendimento deles

A vaquejada de Santana do Matos, que já é tradicional e uma das melhores do Estado, esse ano não teve o mesmo brilho. Os muitos visitantes que fazem essa festa ser o que é, esse ano foram surpreendidos e prejudicados com a interferência da polícia ambiental, que proibiu a utilização dos paredões de som, e da polícia rodoviária federal, que fez blitz e apreendeu veículos atrasados na cidade.

A poluição sonora causa problemas graves à saúde das pessoas, mas num caso especial como é a tradicional vaquejada de Santana do Matos, bem que os paredões poderiam ter sido liberados pela polícia ambiental, já que é um evento que ocorre uma vez por ano e movimenta muito a economia da cidade.

Com relação a polícia rodoviária federal, que segundo informações, foi solicitada por moto-taxistas santanenses para evitar a circulação de moto-taxistas irregulares, poderiam fazer apenas o que lhes foi solicitado e no máximo apreender veículos sem documentos, evitando apreender veículos apenas por estarem com documentação atrasada, pois a maior parte das pessoas que tem carros ou motos em nossa cidade, possuem, na verdade, veículos que não são novos, que não compensam ter gastos com a legalização, que é muito cara, e que são essenciais para as pessoas que precisam vir da zona rural para resolver questões importantes na cidade.

No final das contas, muitas pessoas já retornaram para suas cidades revoltadas por não poderem curtir a festa com os seus paredões de som, outros muitos deixaram de vir por medo de ter seus veículos apreendidos, e a festa já não foi tão atrativa como nos anos anteriores.

Apenas no último dia de festa, segundo informações, o vereador Erinaldo Florêncio teria conseguido a liberação dos paredões de som, isso mesmo, só até as 19 horas e depois que muitas pessoas e sons já se foram. De acordo com pessoas que vieram para a festa, as autoridades locais, como, delegado, vereadores, prefeito e até mesmo promotor e juiz poderiam e deveriam ter agido de forma mais contundente para evitar esses problemas, pois se é comum a própria prefeitura contratar bandas que tocam até 5 horas da manhã, como aconteceu essa semana, é muito contraditório que se proíba os paredões.

Muitas pessoas deixaram Santana do Matos dizendo que não voltariam mais aqui nas vaquejadas por causa disso, então fica o alerta para quem for de direito para que não tenhamos esses problemas nos próximos anos.Veja os vídeos de pessoas guardando o som e indo embora e de comerciante reclamando pelo lucro que deixou de ter.