Depois
 de muita pressão da sociedade civil, a comissão especial do Plano 
Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10) aprovou no dia 26/06 a aplicação 
de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do País em políticas da área no 
período de 10 anos. A conquista foi bastante comemorada pela CNTE, que 
promoveu ampla mobilização pelo percentual e acompanhou todo o processo 
de votação da matéria, desde o início. "Foi uma vitória da mobilização 
organizada, da persistência, dos que nunca desistem e que sabem que é 
importante a pressão sobre o parlamento de uma maneira democrática. 
Vitória da CNTE, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, enfim, 
uma vitória de quem defende a educação pública de qualidade, socialmente
 referenciada", afirma o presidente da Confederação, Roberto Franklin de
 Leão.
Oito destaques apresentados ao 
relatório do deputado Angelo Vanhoni sugeriam aumentar a meta de 
investimento na educação. No final, os parlamentares acordaram que 
apenas o destaque apresentado pelo deputado Paulo Rubem Santiago 
(PDT-PE) seria apreciado. No texto aprovado, o governo se compromete a 
investir pelo menos 7% do PIB na área nos primeiros cinco anos de 
vigência do plano e 10% ao final de dez anos.
Angelo Vanhoni, que chegou a sugerir a 
aplicação de 8% do PIB em seu último relatório, apoiou a proposta de 
última hora. Apesar de ter votado pelos 10%, ele voltou a afirmar que os
 8% seriam suficientes para uma melhoria significativa da educação no 
País. "Contudo, não compete ao relator ir de encontro a 99% da comissão 
especial", avaliou.
O autor do destaque aprovado, o 
deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) acredita que a alternativa teve 
apoio do governo porque oferece flexibilidade na gestão orçamentária. 
Isso porque outras propostas previam metas intermediárias ano a ano. A 
proposta aprovada segue agora para o Senado.
Para Roberto Leão, a mobilização da 
sociedade civil e dos parlamentares favoráveis aos 10% é a prova de que 
há condições políticas para realizar o investimento, ao contrário do que
 pensa a área econômica do governo. Mas o presidente da CNTE alerta que a
 sociedade deve estar vigilante para que esse investimento realmente se 
reverta em melhorias na educação pública. "Temos que estar atentos para 
que não haja nenhum desvio no meio do caminho. Para que possamos 
efetivamente ver esse dinheiro lá na ponta, na escola, ajudando a 
melhorar as condições do trabalho, do ensino e aprendizagem, de carreira
 dos professores, ver o piso salarial profissional efetivamente colocado
 em prática e ver uma educação pública com a qualidade que estamos 
sonhando", afirma.
Sobre a tramitação do PNE agora no 
Senado, Leão acredita que a matéria não obterá resistências naquela 
casa. "Creio que os senadores serão sensíveis e não vão votar contra 
aquilo que já foi decidido na Câmara e que foi resultado da pressão 
popular. Não só os 10%, mas todo o PNE precisa ser resolvida este ano 
para ser colocado em prática a partir de 2013 para que tenhamos um Norte
 que dê luz à educação brasileira", conclui. (CNTE, 27/06/12)
Fonte:sinte-rn 
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