Como será o mundo daqui a 15 anos? Haverá água, comida e casa para todo mundo? "Não dá para prever", responde Teresa Cristina da Silva, 33, que deu à luz ontem ao seu primeiro filho, na Maternidade Escola Januário Cicco, em Natal. O menino nasceu no mesmo dia em que a população mundial atingiu a marca dos 7 bilhões de habitantes. Celebrado em todo o mundo, o número serve de alerta. "Este crescimento preocupa sob vários pontos de vista. Será que conseguiremos garantir educação, saúde e segurança de qualidade para todo mundo?", questiona o economista Marcus Guedes.
Emanuel Amaral
Arthur, nascido ontem, no RN: o Estado tem a terceira maior taxa de crescimento populacional do NE
O secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, destacou, em entrevista à Associated Press, que agora 7 bilhões de pessoas precisam de alimento, energia, educação e emprego e que muitas delas enfrentarão problemas como pobreza, fome, doenças e conflitos. Segundo previsão da Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial vai crescer 14,2% até 2025, quando deverá atingir 8 bilhões. O custo para educar os filhos, incluindo os gastos com roupa, comida, escola, saúde, ficará cada vez mais alto, segundo Ivanilton Passos, analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A garçonete Tamara Thalya Silva do Nascimento, 21, sabe bem disso. O orçamento da família (R$1,2 mil por mês) ficou apertado com o nascimento de Enzo, seu primeiro filho, no último sábado. "Não dá para viver bem, bem. Mas dá para passar. Vou trabalhar o dobro para garantir que ele tenha uma boa educação e acesso à saúde". Tamara não quer mais filhos. Um basta.
Segundo projeções do IBGE, a população brasileira deixará de crescer por volta de 2038 - quando a taxa de fecundidade (número médio de filhos que uma mulher tem ao longo da vida) será menor que taxa de 'recomposição' da população. As mulheres estão adiando cada vez mais a maternidade, dentro e fora do estado. Teresa Cristina, por exemplo, teve Arthur Cavalcante aos 33. "Só não adiei mais por questão de saúde", afirma. Os pais estão desempregados e contam atualmente com o auxílio da avó da criança, aposentada. "Meu marido passou num concurso e aguarda ser convocado", esclarece Teresa.
De acordo com Kleber Morais, diretor geral da Maternidade Escola Januário Cicco, uma saída para o desafio que se apresenta seria estimular o planejamento familiar. Embora a taxa de natalidade no Brasil tenha caído, o número de nascimentos ainda preocupa, afirma Kleber. A maternidade realiza cinco mil partos por ano. São 420 por mês; 14 por dia.
Bebês em vários países ajudam a simbolizar data
MANILA, Filipinas (AE) - Os países de todo mundo comemoram ontem com cerimônias a marca simbólica do bebê número 7 bilhões na população mundial, como confirmado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em pelo menos quatro países, Filipinas, Índia, Turquia e Rússia, foram escolhidos recém-nascidos "simbólicos" para lembrar essa marca da humanidade. "São iniciativas locais", disse Rajat Ray, responsável na Índia pelo Fundo para a População das Nações Unidas.
A ONU escolheu a data para marcar os 7 bilhões de habitantes, "mas não precisou o lugar onde o bebê nasceria". Nas Filipinas, nasceu Danica May Camacho. Na Rússia, a televisão estatal exibiu o bebê Pyotr Nicolayev, que nasceu na cidade de Kaliningrado, na fronteira com a Polônia.
"A superpopulação permanece um dos maiores desafios ao desenvolvimento econômico e social", disse Li Bin, diretor da Comissão de Planejamento Familiar do governo chinês, em declaração à agência de notícias Xinhua. As informações são da Associated Press e da agência Ansa.
Fonte:tribunadonorte.com.br
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