terça-feira, 1 de novembro de 2011

Crescimento populacional acende alerta no mundo

Andrielle Mendes - repórter

Como será o mundo daqui a 15 anos? Haverá água, comida e casa para todo mundo? "Não dá para prever", responde Teresa Cristina da Silva, 33, que deu à luz ontem ao seu primeiro filho, na Maternidade Escola Januário Cicco, em Natal. O menino nasceu no mesmo dia em que a população mundial atingiu a marca dos 7 bilhões de habitantes. Celebrado em todo o mundo, o número serve de alerta. "Este crescimento preocupa sob vários pontos de vista. Será que conseguiremos garantir educação, saúde e segurança de qualidade para todo mundo?", questiona o  economista Marcus Guedes.

Emanuel AmaralArthur, nascido ontem, no RN: o Estado tem a terceira maior taxa de crescimento populacional do NE 
Arthur, nascido ontem, no RN: o Estado tem a terceira maior taxa de crescimento populacional do NE


O secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, destacou, em entrevista à Associated Press, que agora 7 bilhões de pessoas precisam de alimento, energia, educação e emprego e que muitas delas enfrentarão problemas como pobreza, fome, doenças e conflitos. Segundo previsão da Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial vai crescer 14,2% até 2025, quando deverá atingir 8 bilhões. O custo para educar os filhos, incluindo os gastos com roupa, comida, escola, saúde, ficará cada vez mais alto, segundo Ivanilton Passos, analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A garçonete Tamara Thalya Silva do Nascimento, 21, sabe bem disso. O orçamento da família (R$1,2 mil por mês) ficou apertado com o nascimento de Enzo, seu primeiro filho, no último sábado. "Não dá para viver bem, bem. Mas dá para passar. Vou trabalhar o dobro para garantir que ele tenha uma boa educação e acesso à saúde". Tamara não quer mais filhos. Um basta.


Apesar da redução da taxa bruta de natalidade (de 22,9 nascidos para cada mil habitantes em 2001 para 17,9 nascidos para cada mil habitantes em 2009), o RN ainda tem a terceira maior taxa de crescimento populacional do Nordeste e a 14ª do País.

Segundo projeções do IBGE, a população brasileira deixará de crescer por volta de 2038 - quando a taxa de fecundidade (número médio de filhos que uma mulher tem ao longo da vida) será menor que taxa de 'recomposição' da população. As mulheres estão adiando cada vez mais a maternidade, dentro e fora do estado. Teresa Cristina, por exemplo, teve Arthur Cavalcante aos 33. "Só não adiei mais por questão de saúde", afirma. Os pais estão desempregados e contam atualmente com o auxílio da avó da criança, aposentada. "Meu marido passou num concurso e aguarda ser convocado", esclarece Teresa.

De acordo com Kleber Morais, diretor geral da Maternidade Escola Januário Cicco, uma saída para o desafio que se apresenta seria estimular o planejamento familiar. Embora a taxa de natalidade no Brasil tenha caído, o número de nascimentos ainda preocupa, afirma Kleber. A maternidade realiza cinco mil partos por ano. São 420 por mês; 14 por dia.

Bebês em vários países ajudam a simbolizar data

MANILA, Filipinas (AE) - Os países de todo mundo comemoram ontem com cerimônias a marca simbólica do bebê número 7 bilhões na população mundial, como confirmado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em pelo menos quatro países, Filipinas, Índia, Turquia e Rússia, foram escolhidos recém-nascidos "simbólicos" para lembrar essa marca da humanidade. "São iniciativas locais", disse Rajat Ray, responsável na Índia pelo Fundo para a População das Nações Unidas.

A ONU escolheu a data para marcar os 7 bilhões de habitantes, "mas não precisou o lugar onde o bebê nasceria". Nas Filipinas, nasceu Danica May Camacho. Na Rússia, a televisão estatal exibiu o bebê Pyotr Nicolayev, que nasceu na cidade de Kaliningrado, na fronteira com a Polônia.

"A superpopulação permanece um dos maiores desafios ao desenvolvimento econômico e social", disse Li Bin, diretor da Comissão de Planejamento Familiar do governo chinês, em declaração à agência de notícias Xinhua. As informações são da Associated Press e da agência Ansa.

Fonte:tribunadonorte.com.br

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