sábado, 14 de abril de 2012

MINHAS POESIAS


A OVELHA NEGRA DA FAMÍLIA

Um negão e sua família
Para obter uma renda
Trabalhava numa fazenda
Com a mulher e a filha.
Ele ficou uma pilha
Quando nasceu um loirão
Com cara de alemão
Galego do mesmo jeito
E pra entender direito
Fio perguntar ao patrão.

O patrão lhe explicou
Com muita calma e ética
Que era coisa da genética
Mas ele lhe retrucou.
A mãe dele é negra e eu sou
Pretinho que só carvão
E não posso entender não
Como um filho de dois negos
Pôde nascer tão galego
Da sua cor, meu patrão.

Mas o patrão descolado
Lembrou das ovelhas claras
Onde nasceu uma com a cara
E a cor do empregado.
Ele, meio envergonhado
Disse: já entendi como é
Desculpe esse Zé Mané
Que pra burro só falta orelhas
Vou deixar suas ovelhas
E você deixa minha muié.


Autor: Assis Braga

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