domingo, 1 de abril de 2012

O legado de Paulo Freire


Reconstruir o modelo para uma educação pública e popular é o desafio do sistema de ensino brasileiro, de acordo com o fundador do Instituto Paulo Freire, o argentino Carlos Alberto Torres. Em Natal para tratar dos preparativos para os 50 anos da experiência pioneira do Método Paulo Freire, em Angicos, o professor retornou a cidade após 30 anos e constatou a repercussão causada na vida dos agricultores alfabetizados, à época. Carlos Alberto concedeu coletiva, na residência oficial da governadora, na manhã de ontem.

O implantação do Método em Angicos, durante o governo de Aluísio Alves, ficou mundialmente conhecida e foi ampliada posteriormente. Em setembro do próximo ano, a experiência completa 50 anos e a Secretaria Estadual de Educação planeja eventos para a comemoração.

"Em Angicos, pude notar  que além do método houve a construção da cidadania. Lá, afastada dos palcos de lutas políticas, me surpreendeu encontrar um compromisso forte com o trabalho de educar", disse  o professor de Ciências Políticas e Educação Comparada, que conversou com quatro mulheres que participaram da introdução do aprendizado por Paulo Freire. Torres defendeu a reinvenção do Método Paulo Freire, a partir de construção de um projeto político pedagógico em nível nacional, como um dos pilares.

Tecendo duras críticas a política neoliberal de privatização do ensino, do governo de Fernando Henrique Cardoso, Carlos Alberto Torres destacou a necessidade de valorização do professor e da expansão e qualidade do ensino de base.

Embora berço do Método, o município de Angicos sofreu um declínio em educação, conforme observou a governadora Rosalba Ciarlini. "Com a interrupção  do método de aprendizagem,   a taxa de analfabetismo chega a 30%", observou. A governadora destacou  que até a realização da Semana da Educação Paulo Freire - em alusão a passagem dos 50 anos da experiência em Angicos - em setembro do próximo ano, haverá projetos de sensibilização dos agentes da educação com o compromisso social de educar.

O reajuste concedidos aos professores, de 66% em seis meses, a contratação de professores e realização de concurso público foram citados pela secretária Estadual de Educação Betânia Ramalho como parte das ações concretas do plano de qualificação da educação do Estado. "O desafio é sair de uma educação onerosa e de baixa qualidade para um sistema socialmente comprometido", disse. Para resultados mais efetivos, as escolas irão trabalhar a inclusão das famílias na construção e acompanhamento do projeto pedagógico. A secretária acompanhou Carlos Alberto Torres na visita a Angicos.

Fonte:tribunadonorte.com.br

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