quinta-feira, 9 de junho de 2011

Leite adulterado distribuído pelo Estado pode provocar até úlcera

A ingestão freqüente de ácido sulfúrico, soda cáustica e cloro - substâncias encontradas no leite fornecido pela Nutrivida Indústria de Laticínios ao Governo do Estado, em Mossoró - pode provocar desde uma simples diarréia até doenças graves, como gastrite e úlcera. É o que revela a Farmacêutica Isabel Antas.

A farmacêutica explica que o ácido sulfúrico e a soda cáustica são reagentes altamente corrosivos e a ingestão de leite contendo essas substâncias certamente comprometerá a saúde. “No mínimo, provocam queimadura na boca ou no trato digestivo. Mas a pessoa também pode ter uma úlcera e o tratamento será bem complicado, pois ninguém imagina que a causa pode ser o leite”, detalha.

Já o cloro provoca um desequilíbrio na flora do trato gastrointestinal, por matar bactérias. “E o nosso organismo precisa de determinados tipos de microorganismos para funcionar adequadamente”, completa.

Como conseqüência, as pessoas que ingerirem o leite adulterado podem sofrer com náuseas, vômitos, diarréia, gastrite e apresentar lesões graves, como úlceras. Isabel Antas afirma que consumir o produto apenas uma vez não deve ser suficiente para causar reações, mas a situação se agrava pelo leite ser um alimento ingerido diariamente.

Isabel conta que já tinha visto um caso semelhante, em 2007, quando foi divulgado que a empresa Parmalat estava comercializando leite com soda cáustica. “Mas aqui no Rio Grande do Norte, nunca tive notícia de algo parecido”, destaca.

Para a farmacêutica, a medida mais indicada no momento é a suspensão da compra junto à empresa citada e a adoção de uma rotina de análises, por parte do Governo do RN. Ela sugere que, daqui por diante, a qualidade do leite seja verificada antes mesmo que uma empresa possa passar a fornecer leite para o Estado.

Crianças e idosos
Através do Programa do Leite, o Governo do Estado distribui diariamente 155 mil litros do produto para a população potiguar. De acordo com a administração estadual, a iniciativa tem o intuito de reduzir as carências nutricionais de crianças com faixa etária entre seis meses e três anos, desnutridos de três a seis anos de idade, gestantes, nutrizes, idosos a partir de 60 anos, portadores de deficiência impossibilitados de trabalhar, portadores do vírus do HIV e tuberculose e pessoas com câncer.

Entretanto, a negligência no controle do produto pode fazer com que esses grupos sejam muito prejudicados. “Isso porque as substâncias nocivas são mais prejudiciais para indivíduos com a imunidade baixa ou com o trato digestivo frágil, como é o caso de crianças e idosos”, esclarece a farmacêutica.

Fonte: www.nominuto.com

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