A menos de três meses para o início da maratona de
provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o friozinho na barriga
já começa a mostrar nos concluintes do ensino médio os primeiros sinais
de ansiedade. O dia já não é tão longo, as matérias parecem se
multiplicar e o tempo não espera por ninguém. Para ganhar fôlego, o
estudante começa a viver um verdadeiro corre-corre, se debruça nos
exercícios, ler e reler livros e, às vezes, emenda o dia com a noite.
Afinal, o Enem deste ano aumenta as possibilidades de ingresso no ensino
superior para o aluno potiguar porque, além de ser a porta de entrada
para várias instituições públicas e particulares, a Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN) está destinando 50% das vagas para o
exame.
Apesar da correria, saber dosar toda a ansiedade com estratégias de estudo, uma boa alimentação, equilíbrio psicológico e tempo para o lazer e diversão é a fórmula para o sucesso dessa que é uma das mais importantesempreitadas na vida do estudante. Pensando assim, O Poti/Diário de Natal ouviu educadores de escolas bem situadas no último Enem e psicólogos que deram dicas importantes para ajudar em um bom aproveitamento nas provas. Também montamos um infográfico onde apresentamos a Operação Enem com todas as informações necessárias de como estudar nessa reta final de preparação, atividades físicas, horários de estudo, de revisão, descanso e alimentação, além de apostas dos temas mais cobrados na redação.
Para a psicóloga escolar do Complexo de Ensino Noilde Ramalho (ED/HC), Thaís Sousa de Azevedo, a angústia pré-exame é comum, mas não deve abalar o fera nesta reta final. "Na verdade, a ansiedade acaba chegando mais cedo, mas ainda dá tempo de relembrar tudo o que foi estudado". As provas do Enem acontecem nos dias 3 e 4 de outubro, em todo o país. O momento, agora, é de revisar temas dados como certos pelos professores e dar sempre um paradinha para descanso e lazer, dependendo dos limites de cada um.
Este ano, ThaísAzevedo disse está acontecendo um fato novo: a ansiedade não é um privilégio apenas dos alunos do pré-vestibular, mas os do 2º ano já começam a vislumbrar o Enem seguinte diante da possibilidade da seleção do próximo ano vir a ser 100% pelo Enem. "Com isso melhora o amadurecimento das turmas do 2º ano que estão levando mais a sério o sistema de avaliação e sem receio do novo. Por outro lado, os próprios colégios estão procurando adequar o sistema de avaliação ao modelo do Enem como forma de já ir preparando o aluno das séries iniciais do Ensino Médio", diz ela.
Uma preocupação da psicóloga é com relação ao comportamento do aluno diante da prova de redação que normalmente provoca nervosismo e insegurança. Por isso, ela recomenda que, muito mais do que focar no tema, o aluno procure conhecer as competências que serão cobradas na redação e estão publicadas no site do Enem e no próprio edital do exame.
É hora de praticar
O Centro de Educação Integrada (CEI) da Romualdo Galvão foi a escola no Rio Grande do Norte campeã do Enem do ano passado. Obteve a média de 683,29 com uma surpreendente participação de mais de 90%, mesmo sem os alunos almejarem utilizar as notas do exame para ingresso no ensino superior, já que não podem ter acesso ao ProUni e apenas um aluno se interessou por um dos doze cursos da UFRN, destinado ao Enem. A reportagem de O Poti/Diário de Natal ouviu professores, orientadores educacionais e alunos do CEI para saber deles as dicas para um bom desempenho no exame.
De acordo com a orientadora educacional do CEI Romualdo, Zilda Jorge da Silveira, uma das atividades que fizeram melhorar a performance da escola é o intercâmbio realizado com as escolas de ponta do Enem como a São Bento (SP), por exemplo. "Procuramos saber porque eles tinham um desempenho elevado e descobrimos que faziam tudo que já fazíamos aqui, como o envolvimento da família, formação integral [o 3º ano tem aulas normais todas as manhãs e três tardes como reforço], práticas de laboratórios, dentre outros".
Para o professor Diogo Mendes, os alunos estão em momento de praticar o conteúdo que aprenderam em sala de aula. É necessário fazer simulados, exercícios e provas de anos anteriores. Eles devem revisar tudo, mas dar prioridade a dúvidas e ter capacidade de interpretação e rapidez de raciocínio devido ao grande conteúdo das questões do Enem. "É preciso o aluno entender que em um mês não se aprende o que não se aprendeu em toda vida escolar. Por isso é necessário focar em conteúdos específicos". A coordenadora do 3º ano, Ana Dias, diz que como um atleta o aluno precisa exercitar e, para isso, uma fórmula que traz resultados é o estudo em grupo, pois ali ocorrem verdadeiros debates sobre os assuntos com cada uma expondo seus pontos de vistas.
Foco
Diferente do vestibular, que tem a preocupação de colocar todos os assuntos do programa, o Enem prioriza assuntos que normalmente caem no exame. Por isso, na opinião do professor Carlos André, do Colégio eCurso Overdose, nessa fase final de preparação, o aluno precisa focar nas quatro matérias que geram maior pontuação que são física, química, matemática e redação.
"Nessa reta final não precisa o aluno revisar todos os assuntos, mas focar em temas de matérias que mais caem. O Enem de física, por exemplo, tem assunto que cai todo ano. Desde que o aluno conheça os assuntos isso facilita bastante para se ter um bom resultado. Se obedecer essa recomendação, em um mês o aluno consegue tranquilamente revisar toda matéria do Enem e ter um bom resultado", disse Carlos André. O professor recomenda ainda a leitura do Manual de Redação, publicado pelo Inpeo. "O governo lançou um manual para que os alunos entendam como a redação é corrigida. Disponibilizado na internet, através dele o aluno consegue entender a redação".
Como dosar o tempo
Para o professor de Química do cursinho CDF, Juarez Nobre de Araújo, os cursos mais difíceis exigem pelo menos cinco horas de estudo além do conteúdo de sala de aula. Para ele, aumentar o tempo de estudo é essencial, principalmente nas matérias com maior grau de dificuldade. Por isso, o professor defende pelo menos cinco horas de estudo em casa que é o tempo suficiente para conhecer, identificar, memorizar e aplicar a matéria estudada. Somando às 5 horas de estudos em casa com 3 horas e meia do colégio ou do cursinho e mais 8 horas de sono, ainda restam sete horas e meia para outras atividades.
Para a estudante Wadja Keycener, 28, a palavra de ordem tem sido "revisão" e controlar o tempo não tem sido problema. "Sabendo dosar, há tempo para tudo. Aprendi a fazer isso. Após as aulas, estudo à tarde em casa cerca de quatro horas, mas sempre com intervalo de 15 minutos a cada uma hora. À noite, ainda proveito para fazer leitura literária, porque ao mesmo tempo me divirto lendo um romance e estudando literatura".Seguindo o mesmo ritmo, a irmã Edja Karla, 19, também diz que não enfrenta problemas com tempo. "É só equilibrar tudo, televisão, diversão e até namorado ficam para o final de semana, onde temos mais tempo", diz ela..
O aluno Anderson Alyson, 17, diz que o ritmo de estudos está puxado, mas reconhece que sua maior dificuldade é saber organizar o tempo de estudo de cada disciplina nesses meses restantes. "Enquanto estamos apenas no colégio dá para se aproveitar mais o lazer, mas quando começamos o pré fica difícil com tanto conteúdo. A diversão fica realmente para o final de semana, quando pratico futebol".
Redação terá mudanças
A prova de redação do exame de Ensino Médio vai ter mudanças este ano com a ampliação de 40% no número de avaliadores em relação a 2011. Agora dois professores vão avaliar cinco competências: domínio da norma padrão da língua portuguesa, compreensão e desenvolvimento do tema utilizando várias áreas do conhecimento, construção e defesa de um ponto de vista, construção de argumentação e proposta de intervenção para o problema. Cada competência valerá 200 pontos. As novidades estão no Manual "A Redação do Enem 2012 - Guia do Participante", disponível no site www.inep.gov.br.
O guia traz tudo que o aluno precisa saber sobre o que os avaliadores vão considerar para dar a nota da redação. O estudante vai saber exatamente em que pode perder pontos e qual a estratégia para ter o melhor desempenho possível. Das 3.700 redações que receberam nota máxima (mil pontos) no Enem 2011, seis foram selecionadas e aparecem no guia com comentários. Elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em conjunto com especialistas em língua portuguesa, o guia tem inicialmente a tiragem de 1,7 milhão de cópias que serão distribuídas a todas as escolas públicas do país na segunda quinzena de setembro.
Apesar da correria, saber dosar toda a ansiedade com estratégias de estudo, uma boa alimentação, equilíbrio psicológico e tempo para o lazer e diversão é a fórmula para o sucesso dessa que é uma das mais importantesempreitadas na vida do estudante. Pensando assim, O Poti/Diário de Natal ouviu educadores de escolas bem situadas no último Enem e psicólogos que deram dicas importantes para ajudar em um bom aproveitamento nas provas. Também montamos um infográfico onde apresentamos a Operação Enem com todas as informações necessárias de como estudar nessa reta final de preparação, atividades físicas, horários de estudo, de revisão, descanso e alimentação, além de apostas dos temas mais cobrados na redação.
Para a psicóloga escolar do Complexo de Ensino Noilde Ramalho (ED/HC), Thaís Sousa de Azevedo, a angústia pré-exame é comum, mas não deve abalar o fera nesta reta final. "Na verdade, a ansiedade acaba chegando mais cedo, mas ainda dá tempo de relembrar tudo o que foi estudado". As provas do Enem acontecem nos dias 3 e 4 de outubro, em todo o país. O momento, agora, é de revisar temas dados como certos pelos professores e dar sempre um paradinha para descanso e lazer, dependendo dos limites de cada um.
Este ano, ThaísAzevedo disse está acontecendo um fato novo: a ansiedade não é um privilégio apenas dos alunos do pré-vestibular, mas os do 2º ano já começam a vislumbrar o Enem seguinte diante da possibilidade da seleção do próximo ano vir a ser 100% pelo Enem. "Com isso melhora o amadurecimento das turmas do 2º ano que estão levando mais a sério o sistema de avaliação e sem receio do novo. Por outro lado, os próprios colégios estão procurando adequar o sistema de avaliação ao modelo do Enem como forma de já ir preparando o aluno das séries iniciais do Ensino Médio", diz ela.
Uma preocupação da psicóloga é com relação ao comportamento do aluno diante da prova de redação que normalmente provoca nervosismo e insegurança. Por isso, ela recomenda que, muito mais do que focar no tema, o aluno procure conhecer as competências que serão cobradas na redação e estão publicadas no site do Enem e no próprio edital do exame.
É hora de praticar
O Centro de Educação Integrada (CEI) da Romualdo Galvão foi a escola no Rio Grande do Norte campeã do Enem do ano passado. Obteve a média de 683,29 com uma surpreendente participação de mais de 90%, mesmo sem os alunos almejarem utilizar as notas do exame para ingresso no ensino superior, já que não podem ter acesso ao ProUni e apenas um aluno se interessou por um dos doze cursos da UFRN, destinado ao Enem. A reportagem de O Poti/Diário de Natal ouviu professores, orientadores educacionais e alunos do CEI para saber deles as dicas para um bom desempenho no exame.
De acordo com a orientadora educacional do CEI Romualdo, Zilda Jorge da Silveira, uma das atividades que fizeram melhorar a performance da escola é o intercâmbio realizado com as escolas de ponta do Enem como a São Bento (SP), por exemplo. "Procuramos saber porque eles tinham um desempenho elevado e descobrimos que faziam tudo que já fazíamos aqui, como o envolvimento da família, formação integral [o 3º ano tem aulas normais todas as manhãs e três tardes como reforço], práticas de laboratórios, dentre outros".
Para o professor Diogo Mendes, os alunos estão em momento de praticar o conteúdo que aprenderam em sala de aula. É necessário fazer simulados, exercícios e provas de anos anteriores. Eles devem revisar tudo, mas dar prioridade a dúvidas e ter capacidade de interpretação e rapidez de raciocínio devido ao grande conteúdo das questões do Enem. "É preciso o aluno entender que em um mês não se aprende o que não se aprendeu em toda vida escolar. Por isso é necessário focar em conteúdos específicos". A coordenadora do 3º ano, Ana Dias, diz que como um atleta o aluno precisa exercitar e, para isso, uma fórmula que traz resultados é o estudo em grupo, pois ali ocorrem verdadeiros debates sobre os assuntos com cada uma expondo seus pontos de vistas.
Foco
Diferente do vestibular, que tem a preocupação de colocar todos os assuntos do programa, o Enem prioriza assuntos que normalmente caem no exame. Por isso, na opinião do professor Carlos André, do Colégio eCurso Overdose, nessa fase final de preparação, o aluno precisa focar nas quatro matérias que geram maior pontuação que são física, química, matemática e redação.
"Nessa reta final não precisa o aluno revisar todos os assuntos, mas focar em temas de matérias que mais caem. O Enem de física, por exemplo, tem assunto que cai todo ano. Desde que o aluno conheça os assuntos isso facilita bastante para se ter um bom resultado. Se obedecer essa recomendação, em um mês o aluno consegue tranquilamente revisar toda matéria do Enem e ter um bom resultado", disse Carlos André. O professor recomenda ainda a leitura do Manual de Redação, publicado pelo Inpeo. "O governo lançou um manual para que os alunos entendam como a redação é corrigida. Disponibilizado na internet, através dele o aluno consegue entender a redação".
Como dosar o tempo
Para o professor de Química do cursinho CDF, Juarez Nobre de Araújo, os cursos mais difíceis exigem pelo menos cinco horas de estudo além do conteúdo de sala de aula. Para ele, aumentar o tempo de estudo é essencial, principalmente nas matérias com maior grau de dificuldade. Por isso, o professor defende pelo menos cinco horas de estudo em casa que é o tempo suficiente para conhecer, identificar, memorizar e aplicar a matéria estudada. Somando às 5 horas de estudos em casa com 3 horas e meia do colégio ou do cursinho e mais 8 horas de sono, ainda restam sete horas e meia para outras atividades.
Para a estudante Wadja Keycener, 28, a palavra de ordem tem sido "revisão" e controlar o tempo não tem sido problema. "Sabendo dosar, há tempo para tudo. Aprendi a fazer isso. Após as aulas, estudo à tarde em casa cerca de quatro horas, mas sempre com intervalo de 15 minutos a cada uma hora. À noite, ainda proveito para fazer leitura literária, porque ao mesmo tempo me divirto lendo um romance e estudando literatura".Seguindo o mesmo ritmo, a irmã Edja Karla, 19, também diz que não enfrenta problemas com tempo. "É só equilibrar tudo, televisão, diversão e até namorado ficam para o final de semana, onde temos mais tempo", diz ela..
O aluno Anderson Alyson, 17, diz que o ritmo de estudos está puxado, mas reconhece que sua maior dificuldade é saber organizar o tempo de estudo de cada disciplina nesses meses restantes. "Enquanto estamos apenas no colégio dá para se aproveitar mais o lazer, mas quando começamos o pré fica difícil com tanto conteúdo. A diversão fica realmente para o final de semana, quando pratico futebol".
Redação terá mudanças
A prova de redação do exame de Ensino Médio vai ter mudanças este ano com a ampliação de 40% no número de avaliadores em relação a 2011. Agora dois professores vão avaliar cinco competências: domínio da norma padrão da língua portuguesa, compreensão e desenvolvimento do tema utilizando várias áreas do conhecimento, construção e defesa de um ponto de vista, construção de argumentação e proposta de intervenção para o problema. Cada competência valerá 200 pontos. As novidades estão no Manual "A Redação do Enem 2012 - Guia do Participante", disponível no site www.inep.gov.br.
O guia traz tudo que o aluno precisa saber sobre o que os avaliadores vão considerar para dar a nota da redação. O estudante vai saber exatamente em que pode perder pontos e qual a estratégia para ter o melhor desempenho possível. Das 3.700 redações que receberam nota máxima (mil pontos) no Enem 2011, seis foram selecionadas e aparecem no guia com comentários. Elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em conjunto com especialistas em língua portuguesa, o guia tem inicialmente a tiragem de 1,7 milhão de cópias que serão distribuídas a todas as escolas públicas do país na segunda quinzena de setembro.
Fonte:diariodenatal.com.br
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