Ontem, diversas categorias se reuniram em frente à Governadoria após passeata que percorreu importantes vias da cidade Foto:Fábio Cortez/DN/D.A Press
Governo e servidores se reúnem para a primeira rodada de negociações desde a retomada da onda de greves
Sérgio Henrique Santos // sergiohenrique.rn@dabr.com.br
Os funcionários da administração direta e indireta que estão em greve desde terça-feira, 4, vão tentar convencer o Governo do Estado a rever o reajuste salarial acordado com as categorias em julho desse ano. Hoje, às 10h, na Governadoria, haverá uma audiência entre governo e grevistas. Trata-se da primeira rodada de negociações desde a retomada do movimento que ficou conhecido como Rio Greve do Norte, quando 16 mil servidores públicos estaduais cruzaram os braços. A greve havia sido abortada em julho após acordo firmado (e documentado em ofício) pelo secretário do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes.
Agora, o movimento é parcial. Ainda assim, atinge sete categorias: técnicos-administrativos da Secretaria de Educação (Seec) e servidores da Fundação José Augusto (FJA), Empresa de Assistência Técnica e Pesquisa Agropecuária (Emparn), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária (Idiarn), Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) e os funcionários do DER, que paralisam no dia 10. Além disso, o movimento pode crescer e atingir servidores insatisfeitos de outras secretarias da Administração Direta, como a de Tributação (SET), Trabalho e Assistência Social (Sethas), Agricultura e Pesca (Sape), Planejamento (Seplan), Desenvolvimento Econômico (Sedec), além dos agentes penitenciários da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc). Estes últimos já sinalizaram aderir à greve no próximo sábado, dia 8.
Participam da audiência de hoje os sindicatos que representam as categorias, Sinte (Educação), Sinai (Administração Indireta) e Sintarn (Tributação), e os secretários Anselmo Carvalho (Administração) e Paulo de Tarso (Casa Civil). Os grevistas também querem a participação de Obery Rodrigues (Planejamento). "Em dez meses de governo, Rosalba Ciarlini nunca sentou com seus servidores. O ideal seria também a presença da própria governadora", sugeriu, ao microfone, um dos 100 manifestantes que, ontem pela manhã, fizeram uma mobilização com partida da sede do Departamento de Estradas de Rodagens, na Av. Salgado Filho, e seguiram em caminhada até a Governadoria, no Centro Administrativo. O trânsito ficou congestionado na BR-101. Em frente à sede do Executivo Estadual, a Polícia Militar isolou a rampa de acesso como precaução.
Dois lados
O governo alega que ainda não tem condições de atender às reivindicações dos grevistas porque o Estado ainda se encontra no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ficando impedido de fazer gastos com a folha de pessoal. Reconhece o secretário de Administração e Recursos Humanos, Anselmo de Carvalho: "Não podemos superar o impedimento legal em que estamos. Além disso, há o problema financeiro. O Estado não tem como realizar o pagamento das parcelas que deveriam ter começado em setembro, conforme estava no documento entregue aos servidores em julho". Segundo ele, os próprios planos de cargos dos servidores preveem a interrupção do pagamento caso o limite prudencialde gastos com servidores previsto na LRF tivesse de ser ultrapassado.
Com a posição do governo, permanece o impasse. Santino Arruda, presidente do Sinai, contrapõe que o Governo não cumpre o que foi acordado com os servidores. "Descumpriram o acordo que eles próprios fizeram, trazendo prejuízos para a sociedade. Não vamos abdicar de receber esses planos. A greve se mantém e vamos tentar, na audiência que vamos realizar amanhã (hoje), que o governo cumpra o acordo. Essa é a nossa intenção, chegar a um consenso", declarou.
A secretária-geral do Sinte-RN, Janeayre Souto, destaca os motivos que fizeram com que o funcionalismo público estadual volte a paralisar suas atividades por tempo indeterminado. "Eles apresentaram uma proposta de implementar os planos de cargos, carreiras e salários. Eles procuraram os servidores e prometeram nos pagar em quatro parcelas iguais. Isso não foi cumprido. Por esse motivo, dizemos que é responsabilidade da governadora trazer o Rio Greve do Norte de volta".
Fonte:diariodenatal.com.br
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