segunda-feira, 24 de outubro de 2011

“Investir 7% do PIB na educação é muito pouco”, diz Fátima Bezerra"

Nesta quarta-feira haverá a Marcha Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que nesta edição pede 10% do PIB para a educação.

Por Gerlane Lima

Foto: Delma Lopes/Nominuto.com
Deputada Fátima Bezerra durante entrevista ao Jornal 96 desta segunda.

Na próxima quarta-feira (26), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e suas 43 entidades filiadas em todo o Brasil irão fazer uma mobilização que promete reunir cerca de dez mil pessoas no Planalto Central. É a 5ª Marcha Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que nesta edição pede 10% do PIB para a Educação. O Brasil investe, hoje, cerca de 5% do PIB no setor e a proposta do governo é que haja uma elevação para 7% até 2020.

Em entrevista ao Jornal 96, da 96 FM, a deputada federal Fátima Bezerra (PT) e presidente da Comissão de Educação e Cultura fala sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE) que pede o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação e não de 7%, como quer e defende o Palácio do Planalto.

Fátima Bezerra fala das expectativas do PNE de trazer avanços a educação brasileira. “O Plano Nacional da Educação traz um conjunto de metas como a questão de ampliar as vagas na creche, pré-escola, ensino fundamental e médio até a pós-graduação, ou seja, nós queremos ao longo dos próximos 10 anos, universalizar o atendimento desde a creche até o ensino de 2º grau, triplicar as vagas na educação profissional e ampliar, consideravelmente, as vagas no ensino superior”, pontuou.

A deputada disse ainda que espera que o PNE dê conta de avançar numa política pública de valorização do professor, que signifique bons salários, carreira, formação e que para isso é decisivo a questão do financiamento.

“É inegável que o Brasil já avançou muito na educação, durante o governo do presidente Lula. Nós saímos de R$ 19 bilhões, que era o orçamento destinado a educação em 2003, e quando Lula saiu chegamos a R$ 70 bilhões, que corresponde hoje a 5% do PIB, o que ainda é muito pouco”, enfatiza Fátima.
 
Foto: Delma Lopes/Nominuto.com
“É inegável que o Brasil já avançou muito na educação, durante o governo do presidente Lula."

A proposta que está tramitando na Câmara é que haja uma elevação para 7% do PIB, o que ainda é muito pouco, segundo a deputada. Por isso existe esse movimento que pede 10% do PIB para a Educação.

A presidente da Comissão de Educação e Cultura disse que tem conversado muito com o deputado Ângelo Vanhoni, relator do PNE, e se diz muito animada, pois há um consenso que 7% do PIB é insuficiente para a educação. “Nós queremos chegar a 10% para que seja um recurso suficiente para dá conta de um Plano Nacional ousado. O que está em jogo é um projeto de nação com distribuição de renda, inclusão social, democracia, cidadania e para tanto a educação é fundamental”, finaliza.

Nesta quarta-feira (26), a Marcha Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública conta com caravanas do Rio Grande do Norte e de todo o Brasil.

As principais metas e diretrizes do PNE:

- erradicação do analfabetismo
- universalização do atendimento escolar
- superação das desigualdades educacionais
- melhoria da qualidade do ensino
- formação para o trabalho
- promoção da sustentabilidade sócio-ambiental
- promoção humanística, científica e tecnológica no país
- estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em Educação como proporção do produto interno bruto
- valorização dos profissionais da educação e difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática nas escolas.

Fátima fala também sobre o projeto de redistribuição dos royalties e elogia o trabalho do Senador Wellington (PT - PI) juntamente com o senador Vital do Rêgo (PB), que o relator da matéria. Trabalho esse que desagradou alguns estados com Rio de janeiro e Espírito Santo. Mas a deputada disse que a grande maioria da bancada do PT vota no projeto que saiu do Senado.

Fátima Bezerra defende que a riqueza do pré-sal não pode ser encarada como sendo um patrimônio do RJ ou ES, é um recurso do povo, da nação, do país. “Vamos decidir qual o destino que deve ter esses recursos que devem ir para a área da educação, ciência, tecnologia e meio ambiente. A expectativa e de aprovação do projeto do Senado na Câmara, o que será bom para o RN, Nordeste e Brasil”.

Fonte: nominuto.com

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