segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sindicatos lamentam declarações de Paulo de Tarso

Foto: Elpídio Júnior
Um dia depois de declarar ao dominical O Poti que as greves do estado são "totalmente políticas. Radicalmente políticas", o secretário chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes colhe os primeiros efeitos de suas afirmações.

Os sindicatos envolvidos nas greves do Estado lamentam a posição de Paulo de Tarso e afirmam que, na verdade, há uma tentativa de desviar a atenção da responsabilidade do Executivo do RN sobre as greves que se alastram.

"Lamentamos profundamente que a governadora, através de Paulo de Tarso, tenha tomado esse caminho, à recusa do diálogo. As greves são resultado da falta de negociação, que quando não se faz, as categorias deflagram reação contrária", disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Fática Cardoso.

Foto: Arquivo Nominuto

A greve da educação a comentada por Paulo de Tarso para ilustrar o exemplo de enfretamento político que ele diz existir. O secretário afirmou que dentro do Sinte "facções do PT" frustram o plano de unidade da categoria.

"Nossa categoria é uma das que mais se filia a partidos. Tem filiados ao DEM, ao PT, ao PC do B, ao PSOL ao PMDB. Ela é filiada, mas não é um partido político. Seria até ingenuidade do governo dizer que a categoria não tem partido", critica Cardoso.

Fátima lembra ainda que nos últimos seis anos, a categoria dos professores deflagrou greve em cinco e que não se trata de eleger o governo de Rosalba Ciarlini (DEM) como alvo.

Foto: Arquivo Nominuto

Do mesmo pensamento compartilha o Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai), cujo presidente, Santino Arruda, repele com veemência as declarações do secretário do Gabinete Civil.

"Rechaçamos peremptoriamente esse pensamento de Paulo de Tarso. Não há facção política. Não há militância partidária dentro das greves, embora qualquer um tenha o direito constitucional de se filiar a legendas partidárias".

Arruda argumenta que, "se fosse motivação política, 11 categorias de setores ligados ao Sinai, que é o número de planos aguardando implantação, deflagrariam greve. E hoje, apenas três aderiram ao movimento paredista".

Foto: Elpídoio Júnior

O Sindicato dos Servidores dos Policiais Civis (Sinpol) também repercutiu as declarações de Paulo de Tarso. Para o diretor Djair Oliveira, "o secretário está equivocado em suas declarações. Não estamos pedindo favores ao Estado, queremos apenas o cumprimento de uma lei".

Oliveira ainda lembrou que no Sinpol não há militância partidária, "embora qualquer um tenha o direito de fazê-la".

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