PADRE MONTEIRO E O ÉBRIO
Carlos Teixeira vivia
Em são José da Passagem
E é ele o personagem
Desse fato de outro dia.
O padre, aos domingos ia
Em São José celebrar
E quando lhe viu chegar
A mulher de seu Teixeira
Ligeirinho, na carreira
Veio para lhe falar.
Seu padre, meu companheiro
Só me chega embriagado
Nem dá conta do recado
Nem me chega com dinheiro.
Nem mesmo ao gado leiteiro
De seu Lauro Assunção
Ele dá mais atenção
Já relaxou no serviço
Tudo por causa do vício
Da cachaça com limão.
O proíba de beber
Pelo menos no Distrito
Peça pra largar o litro
E comprar roupa e comer.
Vou pensar no que dizer
Vou rezar a missa agora
Mas deixe, minha senhora
Que vou conversar depois
Quando tiver só nós dois
Para ver se ele melhora.
Depois de ter terminado
O padre avistou Teixeira
Que já ia na carreira
Em procura do mercado.
Ele semiembriagado
Levava um litro de cana
O Padre Monteiro o chama
E faz um medo ao sujeito
Carlos, ou tu toma logo jeito
Ou outro lhe toma a cama.
Amigo Carlos Teixeira
Tá na hora de acabar
De viver de bar em bar
Pare com essa bebedeira.
Pois a sua companheira
Me procurou reclamando
Que você nem tá mais dando
Conta em casa e no serviço
Tudo por causa do vício
Que está lhe atrapalhando.
Está bem, Padre Monteiro
Juro que não bebo mais
Pode sossegar em paz
Que meu juro é verdadeiro.
Jogue a cana, companheiro
Mostre agora que é macho.
Espere! Sossegue o facho
Desse litro, na verdade
Só é meu só a metade
E minha parte está embaixo.
Autor: Assis Braga
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