segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Melão: o ouro que virou prata no Rio Grande do Norte

Safra de 2011 já começou a ser exportada, mas o mercado prevê mais um ano abaixo dos índices recordes.


Há quatros anos a produção de melão no Rio Grande do Norte amarga a queda de mercado sofrida durante recessão de 2007 na Europa. A informação é confirmada pelos índices e números prestados pelo Comitê Executivo de Fitossanidade (COEX), que acompanha a produção do estado. No mês de agosto, a primeira embarcação da safra 2011 seguiu rumo à Europa, parte das 200 mil toneladas que devem ser exportadas no ano.

De acordo com o presidente do COEX, Segundo de Paula, a produção nos últimos três anos, entre 2008 e 2010, tem variado entre 180 a 200 mil toneladas. “Não estamos subindo, nem ao menos perdendo mercado, mas para uma área que já chegou a somar mais de 300 toneladas, é uma lastima”, explica.

Atualmente, a produção de melão no Rio Grande do Norte ocupa em média 10 mil hectares, entre os municípios de Mossoró e Baraúna, além de Assu e Limoeiro. A produção gera em média 15 mil empregos diretos, movimentando aproximadamente 70 milhões de dólares por ano/safra. O destino final dessa produção é principalmente a Europa, com o Reino Unido, a Espanha e a Holanda encabeçando, respectivamente, a lista dos importadores.

Foto: Arquivo Nominuto.com

Segundo de Paula, presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade (COEX).

De acordo com o presidente da COEX, já há uma demanda maior pelo produto no mercado externo, mas os preços não acompanham esse crescimento. “O problema é que o mercado europeu é bastante conservador, e devido à crise eles prendem o dinheiro. Daqui que voltem a gastar, o mercado faz muita contenção”, vislumbra Segundo de Paula.

A possibilidade de exploração do mercado interno pelos produtores chegou a ser cogitada durante o início da crise, no entanto, de acordo com o presidente do Comitê, esse ainda é um mercado restrito. “O próprio consumo do povo brasileiro de fruta é muito pequena, é preciso que seja feita toda uma campanha de marketing para que esse mercado seja ampliado, como foi feito na Europa”, registra o presidente do comitê.

Com a somatória desses fatores, os pequenos produtores assistidos pelo Sebrae, cerca de 15 em todo o estado, fizeram a opção de, em 2011, não exportar a sua produção. “Eles fizeram essa escolha de mercado principalmente pela variação cambial que gera uma perda financeira. Então 2011 será um ano de reestruturação, para os pequenos produtores, o que nós que prestamos consultoria consideramos uma atitude de muita maturidade profissional”, registra o gestor do projeto de fruticultura do Sebrae, Franco Marinho.

Além da consultoria do Sebrae, os pequenos produtores contam ainda com as linhas de crédito bancárias e apoio dos programas do Governo Federal. Atualmente, o melão exportador por esse grupo já alcança a mesma qualidade das grandes produções.

“O melão que é destinado para exportação sai do RN com certificação, comércio justo e já é aprovado em diversos outros critérios do mercado internacional. O produto já sai classificado e embalado, o que é uma vitória para os pequenos empresários”, declara Franco.

Quando não é destinado ao mercado externo, o melão potiguar é vendido no Rio Grande do Norte, no Ceará e em Pernambuco.

Na área de incentivos financeiros aos produtores, a grande expectativa do mercado diz respeito a mudanças na já existente isenção do Imposto sobre Circulação de Mercado e Serviço (ICMS). Atualmente, o ICMS é recolhido e mantido como credito para o produtor.


“Como produto está taxado com ICMS eu pago, mas esse valor fica como credito. Do que jeito que está hoje, sou obrigado a acumular e queremos que os exportadores possam ter esse credito ressarcido”, explica Segundo de Paula.
Outra luta, é pela diminuição da carga tributária paga pela mão-de-obra, crédito já concedido pela presidente Dilma a outros setores.

ESCOAMENTO
Além das intempéries do mercado, os produtores de melão tem ainda enfrentado um outro problema: o escoamento da produção. A estrada do melão, dividida em três etapas, e ainda não foi entregue pelo Governo do Estado.

“A primeira etapa foi entregue e está nos atendendo, a segunda etapa ainda está sendo feita e a terceira etapa está a perder de vista, ninguém sabe para quando será entregue”, relata Segundo de Paula.

“Nós chegamos a perder até 8% que se exporta por questões de transporte”, registra o presidente da COEX. O projeto da estrada é vislumbrado como a saída mais urgente para minimizar os custos do transporte da mercadoria, sem seguido pelo Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, com prazo ainda mais distante.

Fonte:nominuto.com

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