quinta-feira, 29 de setembro de 2011

MINHAS POESIAS

A DOÊNÇA DE JOSÉ

Seu José foi ao doutô
Dizendo que tava mal
Com problema furical
E aperreado com dô
Sem poder fazer cocô
Nem sequer soltar um vento
Com o cano de escapamento
Completamente vedado
Pedindo desesperado
Por um bom medicamento.

O doutô ao perceber
Ele lá todo espremido
Receitou um comprimido
Que devia resolver
Ele tomou para ver
Se passava a sua dô
Mas de nada adiantô
Continuou sua agonia
E cedo do outro dia
Retornou lá no doutô.

O doutô quando lhe viu
Quis saber do acontecido
Se aquele comprimido
Lhe ajudou, se serviu
Mas ele lhe garantiu
Não ter melhora de nada
A saída ta fechada
Uma pílula não bastô
E nessa hora o doutô
Receitou dose dobrada.

Mas dois não deram resultado
O buraco não abria
Voltou lá no outro dia
Mais roxo e mais apertado
Com o fi-ó-fó tão lacrado
Que nem cabelo passava
Há dias que não cagava
Mas nessa hora o doutô
Sua dose redobrô
Pra ver se ele melhorava.

Quatro ainda foram pouco
Pra acabar seu sofrimento
Queria um medicamento
Que acabasse seu sufoco
Pois estava quase louco
Com uma dô que se repete
Já tinha tomado sete
Comprimidos sem efeito
E o doutô pra dar um jeito
Empurrou mais dezessete.

O Seu José recebeu
O remédio do doutô
Mas de nada adiantô
O remédio não valeu
Aí o doutô percebeu
No meio das calças um defeito
E quando examinou direito
O que tinha dentro dela
Amarrada na canela
Viu a vara do sujeito.

Ele disse: “achei a cura
Já descobri o segredo
Seu boga fechou com medo
Perto dessa vara dura
Vendo quinze de espessura
Cinqüenta de comprimento
Pensou que fosse um jumento
Por isso se assustô
Só eu capando o senhô
Acaba seu sofrimento”.

Autor: Assis Braga

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